Esfrego os olhos, disfarço as lágrimas, pergunto a mim mesmo,
Onde errei, Deus, para que fosse assim ficando ao léu, louco?
E meu sentimento, onde estava, num inferno, andando a esmo?
Maravilhosa ilusão, indescritível visão, só cegueira... É pouco!
 
Quem me dera o poder de me aproximar da boa amiga lua...
Ficaria de lá apenas a observar os teus inevitáveis castigos!
Eu que sempre te declarei com amor: Minha vida é toda tua!
Ah! Como fostes cruel! Eu Imaginei que fôssemos amigos...
 
Íntimos assim, como a árvore e a seiva, o nécta e o beija flor!
Não posso crer que durante toda a vida, apenas me enganaste,
Onde estava teu coração, nunca pesastes minha eterna dor?!
 
Cada vez que me recordo, é um pedaço de mim que se vai...
Não sou hoje, mais que uma triste flor que tu despetalaste!
Sim, minha mágoa segue para o espaço infinito e nunca cai.
 
Poeta Camilo Martins
Aqui, hoje, 07.05.2012
18:13 [Noite]
Estilo: Soneto

Poeta Camilo Martins
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