Na madrugada, ao luar, olho as estrelas no céu,
Nuvens ligeiras,
Tão fagueiras...
Onde está papai, que não vem?
Fico a sentir o amargo fel...
Paz não mais se tem!
Que solidão, Deus, e agora?!
Ah! Doce é esta hora...
 
Quem tirou de debaixo dos meus pés o chão?
O relógio marca três horas,
Chora lá fora umas senhoras...
Viúvas pobres, sofredoras?
Onde está papai que não vejo?
Correndo chego até o portão,
Olhos vivos, mentes voadoras...
O coração arde de desejo!
 
E um turbilhão de sentimentos me enlouquecem,
O sol nasce,
As estrelas se vão,
Ai, que o dia passe!
Frio, chuva e trovão...
Onde está papai que não me aquece?
Almas no altar padecem...
Por que sempre me esquece?
 
Languida dor que vem das palmeiras solitárias!
Penetram na alma,
E o pensamento vil...
Na mais perfeita desordem!
Não há calma,
Céu agora, azul anil...
Onde está papai, anjos mordem?
Aí meu coração como em órbitas planetárias!
 
Nenhuma resposta às minhas indagações...
Silencio sepulcral,
E as gargalhadas...
É sonho, pesadelo e tal?!
São assim aqui as madrugadas?
Sim, já entendi o meu ai...
As negações! Não virá, papai!
Está morando longe... Nas constelações!
 
Poeta Camilo Martins
Aqui, ontem e hoje, 17/18.05.2012
22:49 [Noite] 8:12 [Manhã]
Estilo: Poesia em Oitava/Livre

Poeta Camilo Martins
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