Não reparas na minha mágoa, na minha dor?
Onde estavas, que me deixaste partir, onde?
O que fazias, enquanto eu apenas chorava, flor?
É nesse vazio que minha triste alma se esconde...
 
Intransponível túnel, na via láctea do coração,
Que sentimentos teus não alcançam, minha bela!
Quantas vezes disse: Sawabona! Minha canção!
Esperei de ti: Shikoba! Não, só o olhar pela janela!
 
Mergulhei profundamente em tua África selvagem,
Na intenção de descobrir o segredo dessa indiferença,
Mas era tão escuro o âmago e densa tua folhagem...
 
Que me perdi em fluidos e sons... Fugiu toda a crença!
Quis, sem mais nada esperar, apenas escapar com vida,
Ubuntu! Carrego neste meu peito, uma grande ferida.
 
Poeta Camilo Martins
Aqui, hoje, 22.06.2012
20:23 [Noite]
Estilo: Soneto

Poeta Camilo Martins
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