Dentro da noite doidejando fan-
tasias     enredadas      alongadas
até ao cume da libertação;
 
cristalizando o vago        o impreciso:
um rio sem correr a flamejar
nas trevas que o circundam entretanto;
 
e um corpo   um corpo quando faz manhã:
fora da aurora a orla cristalina
da quimera que a luz enovelou…
 
O desengano    porque o sol fortuito
abriga o despertar   febril e mudo
na incerteza de voltar a pôr-se.
 
 
 
ANTÓNIO SALVADO; Castalia, A Mar Arte, 1996.

António Salvado
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