Anos se leva a descobrir a pátria:
a terra onde existir   p´ra sempre a salvo,
o barro que há-de    modelar a alma,
a língua a ser sabida   a ser falada.
E que os rios e serras e que mares
e que cidades grandes    ou lugares,
que plantas  animais   vão habitar
essas paisagens virgens   a brotarem.

 
Porque o amor  — uma conquista lenta —
precisa de passado e de presente
quando constrói os elos do futuro;

 
que a pátria seja    em ânsia   toda a gente —
de mãos nas mãos   e olhos indif´erentes
a quem não queira partilhar o fruto.

António Salvado
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