O primor do crime
 
Se “benesses” não bastassem
As já antes concedidas
Mandou que se libertassem
Os ladrões e as bandidas
 
Está faltando vergonha
Ética, civismo e brio
É no mínimo enfadonho
A dar na espinha arrepio
 
Uma inversão de valores
Neste país varonil
Só ladrões e infratores
Podem carregar fuzil
 
O povo esse coitado
Desarmado deve ficar
Fico triste e abismado
E custa-me acreditar
 
Que com tantos Senadores
Centenas de Deputados
Não haja enfim mais rigores
A apenar os condenados
 
Estão criando um universo
Oposto ao bem e à moral
Este caminho é inverso
Ao civismo nacional
 
Despertem da anacrônia*
O povo cansado está
É assaltado todo o dia
E segurança... não há
  
É dada tanta atenção
A quem comete um delito
Parecendo achincalhação
Á vítima. Ao cidadão .
 
- Sua paga, vejam só
O nosso governo lhe dá
Salário e meio, que dó !
- E a vítima... nada terá
 
No site da Previdência
Como Auxílio-reclusão
Paga mais, haja paciência
Que ao ilustre cidadão
 
É realmente um primor
Ser membro da instituição
O governo dá mais valor
Que ao suado cidadão
 
A confraria do crime
É instituição de vigor
Que ninguém mais se lastime
A Lei... está a seu favor !
 
Doze mil, quatrocentos e três
Famigerada lei retrocesso
Passa a libertar de vez
O bandido sem processo.
 
São Paulo, 08/07/2011
Armando A. C. Garcia
 
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* De : anacrônica

 

ARMANDO A. C. GARCIA
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