Já gritei teu nome do alto do mundo
Já passei noites em claro, no fundo
da tua falta que ameaçava me engolir.
Já me fechei com medo de me abrir.
 
Já te dei meu coração em versos
Já me perdi em momentos perversos
em que estar contigo era sinônimo de viver
e te deixar era muito pior do que morrer.
 
Já me vi agarrado ao silêncio sozinho
buscando em vão encontrar teu caminho
pra estar do teu lado como teu escolhido
forte ou fraco, são, insano, curado ou ferido.
 
Já enfrentei, lutei e venci tantos medos
Já senti o tempo me escorrer pelos dedos
tentando domar o desejo quase impossível
de estar com você... que parecia intangível.
 
Já nadei na água fria de cavernas escuras
Já saltei de uma plataforma em um cenote
Já estive em cidades milenares, em suas ruas
Já entrei em ruínas escuras segurando um archote
Já contemplei lugares que podiam ser o Paraíso
Já me vi em encruzilhadas, perdido, indeciso
Já vi o sol nascer e dourar as águas do mar
Já ouvi pássaros raros ao Poente cantar
Já enfrentei as correntes furiosas de um rio
Já me vi arder de calor e quase morrer de frio
E em cada um desses marcantes momentos
Você esteve comigo, presente em sentimentos
Sempre comigo, sempre, presente como o ar
Presente como hoje, fazendo a vida pulsar
Dentro do forte anseio de te reencontrar
E poder me deixar no teu amor repousar.

 

 

 
 

HC
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