A Bailarina Fantasma

Nos palcos do Theatro José de Alencar,
Na maravilhosa cidade de Fortaleza,
Uma linda bailarina vestida de azul no palco a bailar,
Radiante de jovialidade e beleza
Sem saber que já morreu,
Rende-se pelos séculos ao dom que Deus lhe concedeu,
De trazer na magia de um espetáculo que faz sonhar,
Com seu doce encanto na dança, que faz uma alma voar.

Ninguém sabe em que ano ela morreu,
Mas embora partindo cedo dos palcos da vida,
Na sua condição de Anjo ainda não entendeu
Sua breve e triste partida
Que ninguém nunca soube como aconteceu.

Muitas pessoas já a viram subindo apressada
Como se à sua apresentação estivesse atrasada
E, correndo a subir às escadas e ao palco chegar,
Baila maravilhosamente sem parar
E logo depois, misteriosamente some no ar.

Muita coisa de estranha tem no Theatro acontecido
Mas, bem sabemos que nunca um show termina,
Para um artista mesmo que tenha morrido,
Pois se apresentar para seu público é sua sina.

Luzes se acendem sozinhas
E quem sabe, quantas alminhas
Lá também não estejam a assistir,
À linda bailarina vestida de azul que baila a sorrir?

Muitas pessoas não acreditam no sobrenatural
Mas só eu sei, pois já os vi e até me tocaram;
Bem alto meu nome até chamaram
E não me espantei, pois isto para mim é algo natural

“Seca-se a erva e murcha a flor”
Mas a vida continua eternamente
A se mover na tristeza, alegria ou dor
Como vivia antigamente
Quem se recusa a aceitar,
Que a sua vida carnal já teve o seu triste findar.


 

Patricio Franco
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