TENHO-TE

Tenho-te na disritmia do meu coração
na mão que me abre (como se te tocasse)
Tenho-te no pensamento que me volve uma intocada intimidade
Tenho-te no desejo que revela-se no escuro enquadramento do meu quarto
Tenho-te na semi-obscuridade dos meus gestos
 
Tenho-te através das fachadas da luz (Nas veias das folhas onde me impera o segredo)
Tenho-te em desnudas estrofes
Tenho-te em rastros paralelos
nas correntes do tempo que se bifurcam entre o  sonho e a realidade
Tenho-te No monologar das águas
No avesso das palavras (que se desfiam em pétalas)
Tenho-te na celestial pintura que derrama a paz
No canto angelical do corpo formado humano
No gemido ilegível das madrugadas
 
Tenho-te soletrado no meu destino
Escrito topograficamente em meu corpo
Tenho-te na distancia que se rasga em saudades
Tenho-te nas horas que suicidam-se em esperanças
 Tenho-te  no reflexo mais secreto da mente
Nos lábios que bebem águas proibidas ( de amor)
 
Tenho-te nos meus poros
Nas minhas veias
Nas minhas artérias
Tenho te segredado...em mim
 
MARY K

MARY K
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