Vulcão uivante

O Círculo de fogo não me apavorou, como a três anos atrás, a solidão caminha comigo ladeira abaixo, dentro do vulcão um copo, dois ou mais, a coincidência já não me assusta mais, o medo da verdade exagerada, reinventada me aterrorizará, eu sei, aquela verdade mentirosa varrida para debaixo do tapete vai me atormentar de novo, e você não pode me ajudar, por que não está aqui, amor demais causa dúvidas noite a dentro, o frio acompanha o momento, uma garrafa derrubada, uma confusão lançada, talvez eu tenha medo de falar e ninguém entender, entendem só o que lhes convém, depois, muito depois, beijos incovenientes e a dúvida de estar traindo, traindo alguém que fala o que quero ouvir, mas não sabe se é verdade, e tem que se convencer que é verdade, isto não me agrada, instrumento de minha fé, já não sei mais, não existe fé, apenas a crença em cima daquilo que mais lhe interessa, já não quero ser eu-mesmo mais, não mais, e você, meu karma? Meu dharma? Não sei também, nem quero saber a tanto, o sofrimento me apavora novamente, você precisa de um tempo, não mastigue suas neuroses e por favor ajude-me a reciclar minhas psicoses, você está aí? Aí no seu quarto? Tem certeza? Não me peça mais um gole, pois ele pode ser mortal, meus passos me levaram para outro lugar, de repente um canto outro copo de cerveja, a morte decide se mostrar, não me assustou desta vez, porém veio de uma forma horrenda e com ela a dor física levada, sangue derramado não, se vá daqui! Acalme-se dançarina da noite, estou protegido, cigano espera-me por favor, deixe me sentir tua presença, ajude-me sempre, dançarina não caia, levante-se, precisam de sua ajuda, hoje, e sempre precisarão, que o sofrimento se vá logo, me deixe respirar o ar puro sobrevivente desta terra, terra quase esquecida, que sumam daqui o que já não é bom mais, a descaracterização da cultura mundial, volte para o lugar de onde veio!!!