Inverno Em Porto Alegre

Sob um vento frio, intenso e seco,
a noite cai estrelada.
A cidade de luz amarelada,
cauterizada na carne pelo som dos carros,
se prepara para entrar em inbernação.
Sou como um urso que agonizado,
recolhe-se a sua caverna esperando o solstício de verão.

As embarcações no cais do porto,
o por do sôl do Guaíba,
tudo é ressaltado pelo sabor do inverno.
mala suerte, mala vida,
tudo que é certo, se tornou incerto.

As noites que se prolongam entre cálices de vinho,
as vidas que se incurtam na insanidade dos vicíos.
A necessidade do estar sozinho,
É o inverno exigindo meus sacrificios.

Eu,começo a virar a terra,
começo a preparar uma nova safra de sentimentos.
Procuro aliança com quem comigo erra,
Pra no futuro me servir de alimento.

Encontro minhas desafenças e  desafetos.
Esclareço os fatos e esqueço os vetos.

E não pense que não é amargo o sabor da mudança,
ela sempre vem acompanhada  de uma estação de tristeza,
por que é dificil para o plebeu ter uma esperança,
de um dia se tornar realeza.

Somos animais em peles grosseiras,
trazendo a vida comodidade,
empurrando a nossa sujeira,
para trás da porta da verdade.


Meu olhar agora repousa em minha alma,
num retrocesso mais intenso que segundos de quase morte.
E não se engane, sou sujeito firme e forte.
fui ensinado a não perder a calma.

E quando gritar não me adianta,
faço do silêncio minhas palavras,
meu canto é canto de quem não canta,
minha dor é dor de quem não tem nada.

Tu não queres a verdade,
que vem acompanhada do espelho,
para tanto é preciso que o covarde,
siga seu próprio conselho.

Meu amor próprio não mais me acompanha,
ficou com uma ladra de sentimentos,
a mesma que me tirou o sono,
não durmo,não como,
uns dizem que faço manha,
outros me crucificam em pensamento.
 

Checheu
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