Queridos Amigos de Escola

   Queridos Amigos de Escola
 
No turbilhão de meus pensamentos,
Navego de volta àqueles tempos
Que, distantes, não voltam jamais,
Mas que volta e meia, em instantes
Me dão saudades tantas e demais!
 
Tamanha sentimentalidade desabrocha
Ao me lembrar do carinho de Carina Rocha,
De Falcão, com suas poéticas desventuras,
E André, é claro, de lentes sempre escuras...
 
Invade-me, então, sutilmente a memória
O querido Sú, sempre simpático e notório;
As madeixas do Cacá, levemente arruivadas
E as notas da Lú, exemplares e elevadas!
 
Daqueles cílios do Cintião não me olvido...
E como poderia, tendo-as conhecido,
Esquecer-me de Elmi, por quem nutro tal apreço,
E da doce Isaura, com quem tanto me pareço? 
 
Amiga Débora, tenho presente na lembrança
Que o sol deitava uma áurea nuança
Nesse cabelo teu espiralado e inquieto...
Eis, confesso, admirava-o em secreto!!!
 
Lembrei, de súbito, daqueles olhos verdejantes
Da Renata Magalhães e, assim hoje como antes,
Da leda amizade que a Haddad me ofereceu...
Dela também o meu cuidar não se esqueceu.
 
Partiste, cara Shirley, mas não dessas lembranças!
Pois nesse mundo de vãs certezas e mudanças
O que resta eternamente é o passado
Desses queridos que tivemos bem ao lado...
 
Marcus Vinícius, não era tua aquela usança
De bailar numa tão hilária dança?
É... aquele que a vida vive assim contente
Da mente nossa não se apaga facilmente...
   
A uns o Altíssimo enriquece na aparência,
A outros, sem medida, na ditosa inteligência...
Foi esse o caso de João Paulo, porque digo
Que lembrar dele sempre a mim me obrigo!
 
Lembrei! Lembrei das peripécias atrapalhadas
Do Danimel e também das grandes gargalhadas
Que arrancavam do mais sóbrio circunstante...
Exceto de Louise, que corava rosto a todo instante!
 
Não apenas os lacônios, gregos do passado,
Se mantinham mudos; havia um também calado
Por nome Josué, que fazia sua própria sabedoria
Daquelas pouquíssimas palavras que dizia.
 
Recordo bem onde cada qual sentava:
Solange no canto destro sempre estava,
A tal Leliam à esquerda, por preferência,
E Polyanna tomava o centro como referência...
 
Porventura me esqueceria da Meninha,
Que de Thiany e Danielle era vizinha?
Esta Danielle detinha a nobre fama
Que o nome Cobianchi pra si reclama...
 
Ao mesmo clã a Juliana pertencia,
Que o caderno de anotações me fornecia!
Queria inda ver de Ingrid o puro gesto
Nesse tão saudoso rogo que manifesto...
 
E da cara Harumi de ar sisudo e grave...
Porquanto seriedade nunca foi entrave
Pra qualquer alegre e doce amizade...
Oh, sofro de todos vós cruel saudade!
 
Mas, não é esta a lembrança derradeira;
Havia ainda um Juliano na última carteira,
E Daniela Fabri com um sorriso largo e ledo...
Ambos peças inesquecíveis desse enredo.
 
Mas, quando na memória me pego viajando
Vejo o Zé Arthur e como andava cortejando
Não a sua, mas minha própria namorada!
Pois nem todo amigo é constante camarada...
 
Alguns, como eu, o namoro interromperam...
Outros, ao contrário, a si mesmos se deram,
Como Adhemar e Karina, trocaram olhares
E que ainda jovens, encontram os próprios pares...
 
Eis que a mente minha inda se aclara
Por relembrar os “barracos” de Daniela Mara,
E as muitas sardas que Talita tinha onde
A roupa que vestimos não esconde!
 
Lembro ainda do colega Moacyr Ligabo,
São lembranças de que já não dou mais cabo!
De Andréa Morais, tão adorável criatura...
E de Carlos Henrique, que cômica figura!
 
Débora Lousada... Nenhuma franja igual às dela!
E Adriano, só pra lembrar que há fogo no Panela!
As tais covinhas do Geléia eram marcantes...
E as contendas, só com Gisele eram constantes!
 
Mas, de tudo o que mais lembro e me apego
Trata-se de uma musa que me cedeu todo chamego...
Tamanhas marcas deixou nessa lembrança!
Que divina recordação, que doce herança!
 
Sim, só mesmo a memória é que me leva
Ao seio dessa mais formosa do que Eva!
Que na lembrança ainda vivo esse romance,
Cada gesto, cada olhar, cada relance...
 
Devo ainda relembrar aquelas que todo carinho
Dispensaram-me nas agruras desse caminho...
Como posso apagar dessa memória
As irmãs Olga, Irene, Glorinha, Maria da Glória?
 
Aos professores rendo, enfim, uma homenagem
Que deles conservo sempre excelsa imagem...
Do amável e paciente, do mais temido e bravo:
André, Serjão, Lenita, Luiz Alberto, mestre Olavo,
 
Márcio, Teacher,  Valêncio, Vera e Lino,
Paulo Fenille, Maria Adélia e o divino
Irmão Muniz, de quem a fé me pôs ao lado...
A todos vós meu sempre e eterno obrigado!
 
Ricardo Ivo Mendes de Carvalho Junior
E-mail: [email protected]