SOZINHO NO MEIO DAS MULTIDÕES

SOZINHO NO MEIO DAS MULTIDÕES

 

 

 

 

 
SOZINHO NO MEIO DAS MULTIDÕES

 

 
O que te possa parecer
Além dessa solidão,
Que – aparentemente -
Ninguém pareça perceber?
Descaso? Cegueira?

 

 
Cabe ao pobre do poeta
Tapar o sol com a peneira,
Fazendo,assim,
As vezes de
Um Deus.

 
Ele abençoa os medos teus,
E te diz claramente
Que a dor há de passar.
Te consola,
Te dá esmola,
E alcança a tua angústia,
Onde quer que ela vá...

 
E você se sente, enfim, acompanhado.
Faz um esforço danado
E lê aquelas oitocentas folhas
Em apenas dois dias.

 
Somem,tanto a dor que ardia,
Quanto a quase certeza
De ter um solitário.
O tal poeta é teu relicário,
Teu altar,
Tua esperança!

 

 
Sozinho no meio das multidões
És como uma criança.
Com seu brinquedo novo,
Com sua roupinha de marinheiro.
Sozinho continuas.
É verdadeiro...
Mas quem se importa,
Se ninguém percebe...?

no mundo.

Ogro da Fiona
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