Hoje acreditei em  tudo novamente

Em tuas atitudes bobas, como antigamente

Tua voz doce e calma, tão simplesmente

Envolvia-me a alma, tão calorosamente

 

Tentei fugir disfarçadamente

Querendo esconder tudo, inutilmente

Se tivesses tentado mais um pouco, provavelmente

Agora estaria em seus braços, impensadamente

 

As coisas acontecem assim, rapidamente

Antes não me querias, agora me queres, indecisamente

Somos loucos e falsos entre nós, instintivamente

Mas mesmo assim nos entregamos ao acaso, loucamente

 

Amo os ocásios, todos, serenamente

Um a um, fazendo-me retroceder, unicamente

Ao meu amor maior, insanamente

Aquele que me abandonou, ironicamente

 

Amá-lo é sem dúvida a pior besteira, honestamente

A pior das dores, insensatamente

Entrego-me todos os dias  a esse pensamento, desdenhosamente

Para aceitar que tu não vales nada, obviamente

 

Deixou-me para viver uma dúvida, incalculadamente

Arrastando consigo a minha alma, talvez involuntariamente

E agora como devo agir se voltastes, propositalmente

Para levar o que restou, dolorosamente

 

Não me queres, mas me tentas, covardemente

Porque sabes que o que restou ainda te ama, estupidamente

Mas aceito o que tu me ofereces, deliberadamente

Porque amar é isso memso, infelizmente.

bruna mendonça de oliveira
© Todos os direitos reservados