Ainda há tempo...

Ainda há tempo...

Ainda há tempo...

De realizar o que ainda não fiz...
Atitudes certas ou erradas
Que para sempre fiquem marcadas
No livro da vida, que hoje refiz...

Afinal, o que é o certo e o errado?
Em qual livro estará registrado
Que errei quando quis ser feliz,
Se acertei no que ainda não fiz?

Ainda há tempo...
De andar na contra-mão do tempo
De sorrir vendo a vida passar
E suavemente deixar-me levar
Sem correntes, sem querer relutar...
De morder a maçã proibida
E sentir sensação esquisita
Aguardar no que irá resultar...

Ainda há tempo...

De olhar violetas na janela,
Ver o raio de sol bater nelas
E num “insight”suas cores enxergar...
E quando me decepcionar,
Numa rede deitar, balançar
Ver no céu estrelas a piscar
Onde a lua me pede, atrevida
Que me apaixone de novo pela vida.

Ainda há tempo...

De me olhar ao espelho de frente
Desnudar minh’alma que a ele não mente,
Dilacerar a dor, livrar-me de um dilema
Ser poeta, escrever aquele poema
Onde os versos são todos de amor
Que mantive guardado em meu peito
E que não consigo mais segurar...

Ainda há tempo...
De viver novo tempo de paz,
Amanhã poderá ser tarde demais...

Carmen Lúcia