Desastre

Roupas amarrotadas
E espalhadas pelo chão ,
Duas taças vazias,
Uma garrafa de vinho
No tapete da sala
Tempestades emocionais
Em chamas
Calor de desejo
Embaçando a vidraça
Pelo corpo,
Algumas marcas
Da explosão do prazer
Você só pensava em dar,
Eu só queria receber
Meia de nylon desfiada
Largada em cima
Do piano,
Suor inundado a cama,
Vestido pelo avesso
Ao lado do abajur,
Seu corpo nú
Coberto de sabores,
Lençol molhado,
O bom senso acuado,
O juízo fugiu,
Eu te engolindo
Em doses perigosas,
Você aberta feito rosa,
Uivando feito loba,
Minha boca na sua coxa
Nesse trajeto conhecido
Depois do prazer,
Veio o arrependimento,
Acompanhado da ressaca
Acordei culpada,
Procurando um comprimido.

Tatiane Correia Silva.