Moça,eu sou bicho do mato
Não sou letrado,
Não tenho bons modos,
Não sei comer com garfo
Meu escritório é a roçaTangendo gado,Plantando macaxeira,
Moendo farinha,
Fazendo paçoca
Moça, quando meu olho
Esbarrou com o seu
Meu coração saiu do prumo,
As pernas até perderam as forças,
Me deu uma tremedeira no peito,
A voz até ficou rouca
O seu olha foi como um tiro De espingarda,
Como o canto da cigarra
No final do entardecer,
Foi como veneno de cobra,
Que não mata, mas faz doer,
Foi como pinga da boa,
Daquelas que basta um gole
Para a gente ficar feliz
Moça, eu não dote
Meu patrimônio é meu berrante
E o meu alazão
Mas sou homem de respeito
Se eu merecer seu beijo 
Eu juro que lhe entrego
O meu valioso coração.
Tatiane Correia Silva

Tatiane Correia Silva - Compositora/Poeta (SALVADOR-BA)
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