No céu, no mar, na rua,
Numa meia-lua inteira,
Numa cama pequena,
Na água morna em banheira,
Agente se ajeita.

No frescor dágua, aquecida,
Esquecemos de respirar,
Afogados nesse poema,
Mas a água não faz ondas,
E tudo nela rema e rema...

Mergulho outra vez,
No espelho dágua que espia,
Suave e esquecida de molhar,
Verso a noite, bela e sutra,
Se a água finge que molha,
Nossa pele insiste enxuta.

Encharcados, úmidos,
Vasopressivos,
Ansiosos ao próximo mergulho,
Uma onda vem sem pressa,
Bem taquipneica e magnética,
Agora só mais dois drinks puros,
Para os náufragos em porto seguro.

Gil Miranda
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