Enquanto Ficas Quieto...

Não consigo conter essa torrente de lágrimas gritante em meus olhos,
Meus lábios imprimem o sabor da amargura e toda a sua desconjuntura
Perante essa culminante provação!
Não posso resguardar toda essa impotência,
Essa demência imposta, essa delinqüência lúdica, opressiva!
És decisivo com seu punhal e eu com minha fúria!
A bravura que não tiveras...
És tênue com seus laços e eu, mesmo com meus embaraços,
Afogo-te, no lago dos meus desabafos, na enxurrada do meu desgosto.
Enquanto ficas quieto, morto, morto, morto...
Sonho-te, embora nunca estejas, para eu lhe contar...
Amo-te, mas é sempre a tua in-freqüência que me cala... (mata-me)
Quero-te, mas é sempre a tua recusa que de minhas forças abusa... (usa-me)
Espero-te, mas é sempre opaca – Oh desgraçada penumbra –
Que se alastra e nos separa e... (mata-nos)
Angústia indisfarçável e indissolúvel, que me abate... (afaste-se);
Oh terror, de minha infeliz vida.

03/04/06