Escute as curvas,

seus gritos dentro da noite,

escute as árvores que se desviam,

que folhas, como mensagens, enviam,

escute o canto dos sapos quando a noite chega,

o canto da madeira abraçada às telhas,

a voz do poço a recitar um colosso de poesia,

escute, do pássaro preso, a triste melodia,

ouça, mesmo que de longe, agora,

a música das maduras abóboras,

o pio mágico do grilo falante,

escute o ranger da voz do barbante,

escute o rachar da casca do caqui,

escute a tudo, tudo ouça,

até o som de sua voz,

agora, aqui...

 

 

Prieto Moreno
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