Sou carne e fatalmente afinal
Tenho por certeza minha cova prometida
Que para meu corpo magro será medida
Quando assim tornar-me mortal...
 
Mas, que seja em especial:
Entre duas árvores, esquecida...
Sem cruz, pra não ser percebida,
Por quem não conheceu meu ideal.
 
Não quero mortalha, me assusto.
Não quero lágrimas e nem desespero
Não quero que usem luto...
 
Quero apenas, se possível for:
Que escrevam no meu abrigo derradeiro
O meu primeiro verso de amor!

Carlos Cintra
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