Abraço a madrugada
que me abraça também,
me carrega no colo,
me faz sentir tão bem.
Traz a paz que preciso,
a calma que convém,
com ela improviso,
sem ela sou ninguém.
Nunca me diz nada,
sem ser alienada
consente, calada.
Homologa o que faço
num diálogo mudo,
compactua com tudo,
me faz sentir bem.
Então me desnudo,
deixo a alma vagar.
Reclamo, conclamo,
declamo ao luar
dançando o rito
do lobo a uivar.
Sorrio, sou rio,
sou onda do mar,
navegante errante
que sonha em chegar...
Sou pranto vertido
que teima em rolar,
release informativo
que vem anunciar
reprise de fatos,
destaques criminais,
os mais concorridos,
manchetes matinais.
Sou madrugada
no entremeio situada,
(entre a noite e o dia),
o orvalho e a alvorada,
oração intercalada
no silêncio que prenuncia.
_Carmen Lúcia_
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