Essa loucura
Essa mania
De simetria
Os sons desconexos
Que sacodem meus tímpanos
O clamor silencioso
Que brota dos milagres,
Das vítimas dos terríveis crimes
O eco dos gritos em vão
O matraquear
Dos pelotões a marchar
Armados
Com estranhas armas
Que roncam horrivelmente
Enquanto derramam a seiva vital
E nossas irmãs tombam inocentes
Seu sangue incolor jorra
Como o dos insontes
Que um dia as resolveram amar
E defender
Até morrer
E morreram
Muitos ainda morrerão
Todos nós, um dia
Esqueléticos
Esfomeados
Sedentos
Desidratados
Secos
Vazios
Como a mente
Dos homens-sapo
Mergulhados inertes
No caldeirão fervente.
cezar augusto cerqueira
© Todos os direitos reservados
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