Das águas que são suas,
luas muitas se repetem,
refletem no sal de prata do mar.
Salve o dois de fevereiro.
Odoiá minha mãe, salve rainha Iemanjá!
Das estrelas caídas do céu,
no véu salobro do oceano,
pano azul vai-se bordando,
vai-se cantando lendas,
nas formosas sendas dos terreiros.
Das conchas enviesadas na areia,
deixa-nos ouvir o som das ondas.
Sondas com teu olhar o justo,
dai-lhe o pão e o peixe
para que o riso não o deixe.
Das ondas que surram rochedos,
abrandai os nossos medos, ó mãe,
livrai as pedras do castigo infindo.
Bem-vindo é todo aquele que abraças
no frescor espumante de um brinde de taças.
Das sereias de canto encantado,
fazei da melodia um doce chamado,
antes fosse verdade tanta beleza,
ao som da voz adentrar à profundeza
seduzido pelo olhar de menina, salve Ynaê Janaína!
São Paulo
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