Ando perdido no tempo,
mal sei se é 2013 ou 1753,
só por pura vadiagem lembro do mês,
e novo estou no mundo sem alento.
Eu fecho os olhos e juro que estou metido num gibão,
respiro fundo e sinto os bosques ao redor da cidade.
Já não tenho certeza da minha idade,
só posso ter certeza que vivo antes de uma revolução.
Lembro de coisas que não são desse tempo,
lembro da ponte de pedra, do rio brilhante
me lembro do último instante,
só não sei se era o mesmo tormento.
Me lembro de um amor muito forte
parece que isso não mudou
mas de quem fui, só um resto soprou
um espírito cansado que atravessou a morte
só para descobrir as coisas que sabia
só por uma outra chance que teria
se não estivesse tão confuso.
Me sinto nesse tempo um intruso
um anacrônico ser sem órbita,
figura ora leda, ora mórbida.
Hélio H. Lombardo
18/07/2013
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