Um poeta em suas andanças,
Em um jardim a passear.
Encontra uma rosa,
Tão tristonha á chorar.
__Porque choras linda rosa,
E estas acabrunhadas?
Se és a mais bela do jardim,
E pelos poetas és admirada?
Porque vives abatida,
Se tua beleza é sem fim?
Se não fosse tu ô rosa,
Que seria de mim?
__Se estou triste tenho razão,
Por favor ouça a minha história,
Pois acabou-se os belos dias,
Que hoje trago na memória.
__Já fui muito cortejada,
Davam a mim grande valor.
Eu já fui considerada,
Como sinônimo de amor.
__Hoje os homens não mim olham,
como mim olhava outrora.
Não mim mandam para suas amadas,
Pelo mundo afora.
__Já não sei mais o que faço,
Se continuar assim.
Ficarei só na lembrança,
Pobre coitada de mim.
__Mas, poeta eu te agradeço,
E te peço, por favor.
Não pare, jamais,
De escrever sobre o amor.
__Fale desse sentimento lindo,
Como só tu sabes fazer.
Pois és amante da beleza,
E no amor tens prazer.
__Se assim fizeres ô poeta,
Á de despertar o amor.
Pois somente na poesia,
É que eu tenho valor.
__E se isso acontecer,
Voltarei então a sorrir.
Pois serei admirada,
E tornarei a ser feliz.
__Não se desespere ô rosa,
Pois bem sei que tens razão.
Falarei sim, do amor,
E das coisas do coração.
__Mas seu eu não consegui,
E o mundo não mudar.
Te farei companhia ô rosa,
Contigo dormirei,
E ao seu lado ficarei a sonhar.
“Que os poetas não se calem.
Pois os versos têm poder,
Para transformar o mundo,
E fazer dele,
Um lugar melhor de se viver.
Enivaldo Santos
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