DO IMAGINÁRIO (Parte III)

 

Saudades que me trazem o teu riso,
Tão nítido que confundo com o meu,
Às vezes me questiono sobre nós,
E nada sei responder, apenas acontece_
Ficamos distantes para sofrermos
Essa ausência que sentimos um do outro,
Tudo recomeça quando nossa boca
Com voluptuosidade se encontram...

Nosso corpo em um só
Sente o mesmo calor febril do outro,
Suando ao mesmo tempo
No decorrer do ato prazeroso...

Até aonde vai isso tudo?
Da mesma forma que começou pode acabar!

Será que fingimos querer um ao outro
Para termos que ficar juntos por um momento?
Quando estamos nos amando feitos loucos,
O tempo parece não existir para nós,
Apenas o sentimos passar tão depressa,
Para que possamos já estar com saudades...

Quantas vezes ainda mais sentiremos
Nossos corpos tremularem de prazer?
Olhos fechados sentindo o que há de melhor,
Nesse movimento que nos incendeia,
Numa chama que aprendemos apagar,
Quando juntos ficamos sem muito fôlego...

Nossos corpos em um só,
Olhos que se olham sem nada dizer,
Por já sabermos tudo o que fazemos,
Quando juntos assim ficamos...

Saudades que me trazem o teu cheiro,
Onde posso tocar o teu corpo,
Mesmo estando de olhos fechados,
Assim posso nos sentir quando estamos distantes!

Nossos corpos em um só,
Suando o mesmo calor prazeroso,
Quando nos unimos em uma só carne,
Numa só fragrância de prazer...
 

Jairoberto Costa
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