FALTAVAS TU
Numa noite estrelada, contei uma
Duas, vinte, cem mil
Contei quase um milhão de estrelas
Mas faltava uma entre elas
Faltava um clarão.
O céu estava mal iluminado
Mas não estava como dantes!
Tornei a contar,
A reparar.
Não, ela não estava
Faltava uma:
A estrela que me interessava
Todas as outras eram bruma!
Todas contei.
Todas vi.
Mas numa noite de estrelas,
Basta que falte uma:
A estrela do meu amor
Para que a noite seja só bruma
e o céu ficar sem fulgor!
Ano2002
CANETA DOURADA
Experimentei
Peguei numa caneta dourada
Olhei
Peguei numa folha em branco
Queria ver a diferença poética
Se a escrita teria mais sentido
Mais estética que o meu pobre lápis Quase grátis
Quase sempre de bico partido!
Ah, mas certamente
Com a caneta dourada
De tinta permanente
A escrita seria diferente
A poesia teria, talvez, mais sentido
Ou mais inteligente que meu pobre lápis, quase grátis
Quase sempre de bico partido!
Comecei a escrever
Não tinha inspiração
Não sentia nada com aquela caneta na mão
Olhei-a, brilhava
Peguei novamente no meu lápis
De custo quase grátis
Logo a tudo deu mais sentido com o seu diferente carregar no carvão
Ficando tudo mais unido:
Alma e coração
Olhei para a caneta dourada
Pousada
Talvez já tivesse assinado grandes contratos
De imediato rasgados
De nada valendo a assinatura duma caneta dourada!
Mais vale a de um pobre lápis
Ou até nem é preciso lápis
quando a palavra é honrada!
Ano2003
Licença
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