De frente ao espelho a certeza crua
Minha vida, o meu passado, os laços.
Minhas vitorias e os meus fracassos
Minha realidade pura, vestida e nua.
Olhei o tempo enrugando meus traços
E só a saudade é a mesma... Continua.
Meu corpo cansado, mas, ainda sua,
Ao relembrar os beijos... Os abraços.
Atirei ao chão o espelho e nos estilhaços
Vi-me refletido em pequenos pedaços
E me senti qual vidrilhos sutil e fraco.
Restou-me amargurado e triste recolher
Os pedacinhos de vidro... Vida e ser
E eram simplesmente cacos, só caco.
Carlos Cintra
© Todos os direitos reservados
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