açaí com pimenta

 

foi lá pelos montes serranos

dos ventos uivantes,

de púpuras rosas e pássaros canoros

onde o horinzonte fica mais pequeno

 

fui lá

pela afro- descesndente de beijo quente

que nem iracema pudera comparar

de um paraiso feito  improviso,

 louco,

sem juízo

 

foi lá

de lá

pra cá

que veio do  norte

sem corte

atrevido

meu vício preferido

 

se falasse, eu javanez

pudesse talvez, interpretar

a forma dela amar

 

o mar poderia, diante a calmaria

frente ao continente,

um beijo tocar a gente

 

o poeta sente

seu véu

tocaria o céu

como toca,

 de uma forma louca

 o céu da minha boca

 

a ela,

a lua de presente

são jorge eu daria

o brilho faria

 

se pudesse tocar,

tocaria harpa, violino

flauta, violão

dandá, menino, tambor

berimbal amor

 

andaria eu, sem destino

moleque que sou,

atrevido,

moovido ao toque desta canção

às batidas no peito, quando me deito 

 arrancadas do coração

 faria a mais bela das canções

emoções...

 

bateria à porta do deconhecido

pedindo abrigo

movido pelo sol da meia noite

 

de longe ou perto

ou de  peito aberto

 

adiante

valente sem forças somente

tomaria finalmente

perto dali

uma gota daquele acaí

com gosto gostoso de pimenta

em sua forma suculenta

 

esse nectar dos céus brilhantes:

de dentes

de boca

de lábios quentes,

lábios de gente somente

 

que matam a fome do homem

que tiram a ferida

que sugam

que consomem na lida

e geram na ida ou na vinda

a essência da vida