O relógio na parede contando o tempo ao mundo
Num tic-tac lento um a um cada segundo morre
Na vidraça a chuva fina em gotas dança e escorre
A chuva passa e as gotas morrem num segundo.
Parece inerte, mas, a hora não espera e passa
Lentamente vai o relógio da parede enferrujando.
O tempo implacável, despercebido e passando...
Pelo relógio enferrujando, pela chuva e vidraça.
Em fim, o dia raiando como uma aquarela...
A chuva fina de ontem na sarjeta se esvaindo
Eram as gotas dançantes de minha janela.
A chuva fina passou... Dormi com ela.
O relógio tic–tac lentamente enferrujando
O tempo ontem, o mesmo hoje, sentinela.
Carlos Cintra
© Todos os direitos reservados
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