A Boneca
Não transparecia forma de gente, de menina.
Não usava tranças, nem pairava em seu semblante um sorriso de tinta vermelha...
Mas era uma mulher, sem textura de carne, sem alma.
Alguém que brincava de raiar que nem a lua cheia
Completa, na sua imensa solidão.
Não havia emoção naquelas pernas irrequietas e mudas.
Era um suave andar na contramão.
Não possuía mãos, eram apenas luvas alvas, com perfume de lenço de adeus.
E coração, não existia também... No lugar, sempre estava um ramalhete de flores do campo.
Flores sempre verdejantes.
Era assim seu alicerce.
Apenas flores e nada mais.
20/03/2005
Desenhei mentalmente uma boneca, para expressar sentmentos fortes, que estavam sendo sufocados.Na sala, durante a noite
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença