Passa o carteiro os cachorros latem
Acorda o gato que dormia no sofá
Os sons da manhã aos poucos se confundem
Começa o dia cheirando a café
A luz entra de relance sobre os móveis
O pai distraído lê o seu jornal
Homens constrõem andares de edificios
Carros enfileiram-se parados no sinal
O trêm para na estação Mathias Velho
A mãe estende as roupas no varal
Crianças correm nas calçadas de cimento
Algumas descalças queimadas do sol
Correm por ruas semi desertas
Atrás de imagens de bolas de sabão
Da fumaça que sai do boeiro das calçadas
Imitam os sonhos sem adormecer
Os muros separam os medos das pessoas
Que vivem suas vidas sem se preocupar
O sino da igreja silênciou os meus ouvidos
A praça da cidade da frente para o mar
Um olhar percorre a imensidão sobre a janela
Escalando paredes sem sair do chão
As nuvens escondem a luz sobre o concreto
Do cinza nascem novos arranha céus.
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