Passa o carteiro os cachorros latem

Acorda o gato que dormia no sofá

Os sons da manhã aos poucos se confundem

Começa o dia cheirando a café

 

A luz entra de relance sobre os móveis

O pai distraído lê o seu jornal

Homens constrõem andares de edificios

Carros enfileiram-se parados no sinal

 

O trêm para na estação Mathias Velho

A mãe estende as roupas no varal

Crianças correm nas calçadas de cimento

Algumas descalças queimadas do sol

 

Correm por ruas semi desertas

Atrás de imagens de bolas de sabão

Da fumaça que sai do boeiro das calçadas

Imitam os sonhos sem adormecer

 

Os muros separam os medos das pessoas

Que vivem suas vidas sem se preocupar

O sino da igreja silênciou os meus ouvidos

A praça da cidade da frente para o mar

 

Um olhar percorre a imensidão sobre a janela

Escalando paredes sem sair do chão

As nuvens escondem a luz sobre o concreto

Do cinza nascem novos arranha céus.

 

Rafael martins
© Todos os direitos reservados