Beija-flor não beija Rosa

 
O Beija-flor pinchou de galho em galho
Beijou a Flor de Maio!
Namorou a Margarida,
Manteve Amarílis seduzida!
 
Galanteou a Flor do Campo,
Fez harém jardim botânico,
Semeou Dona Gardênia,
Lambuzou-se a vida inteira
 
Bentônica
De forma atônita
Fez fama tônica
De meretriz.
 
Giesta
Já fez-lhe festa
E bem modesta
Deixou-lhe ir.
 
A Flor de Laranjeira
Que o esperou a vida inteira
Iludida e enferma
Disse sê-lo melhor do que se diz.
 
Da Flor de Lis
Fez o que quis
 
E sumiu de vista
Feito um vigarista.
Roupas de listras,
Esse é caso de juiz!
 
A lei se faz e aqui se paga,
Querendo mais ficou sem nada.
Acabou com tudo, atropelou o amor
De tanto orgulho alimentou o dor.
 
Germinando na brecha do asfalto
Em belo formato,
A obra da natureza!
 
Nasceu sem jardim,
Quis Deus assim,
A Rosa de inenarrável beleza!
 
O bicudo assanhado
Ficou abalado
Pelo ar da pureza
 
Da flor amarela
Que mesmo plebéia,
Tinha alma de princesa
 
O coração lhe traiu,
Não resistiu
Adrenalina na veia.
 
O amor lhe surgiu...
Não era primeiro de abril,
Nem qualquer brincadeira
 
O apaixonado
Pediu no congado
A Dama em parelha.
 
O caprichoso destino
Que se fez de menino
Presenteou a abelha 
 
A Rosa amarela casou-se com o inseto
Deu a colméia fonte de mel seleto
O conquistador teve de sair perto
Chorou tristinho com peito aberto
 
Aprendeu a lição ainda que tarde
Brincar com a emoção arde!!!

Wlado
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