Nas águas caudalosas a correrem em afluentes
Vejo o que foi minha vida, corpo e alma em ruínas.
Marcado por cicatrizes que não mais doem, mas ficaram como sinas,
Sinto que, assim como o rio, superei as árduas correntes.
Há algum tempo, quando sofria e me embebedava a ranger os dentes,
Eu me afogava nestas águas, no rio de forças cristalinas.
E em busca da morte, encontrei a vida, por acaso, ao dobrar esquinas
Em ruas misteriosas à beira fluvial de sons calmos e estridentes.
O mesmo rio que carrega todas as minhas dores
Uma hora trará outros sentimentos, bons ou ruins, novos amores
E isto é viver; não o digo por otimismo ou realismo, mas por experiência.
Há razões para perseguir a luz na existência, assim como para ser sombrio.
Há aqueles que desistem e se atiram ao dilúvio, outros, que seguem o rio
E chegam à oceanos imensuráveis onde o novo faz nascer uma nova essência.
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