OLHANDO NO ESPELHO

Olhando no Espelho

Olhei-me no espelho e percebi

Marcas que não mentem... Envelheci

Com a destra acariciei a mescla de fios

Cinzas, castanhos, esbranquiçados, ainda fartos...

E uma pergunta sinistra adentrou minha esfera pensante

Qual o tempo que me resta?

Aproximei-me mais,

Para melhor observar os sinais

Que agora ocultavam minha juventude.

Franzir a testa foi a próxima atitude,

O que apenas piorou a imagem refletida

Não tem jeito, assim é a vida.

O minuto que passa não regressa

Gastamos preciosas energias

Em aventuras e fantasias

O caminhar no bem é só promessa

Criticamos o semelhante

Que age com reciprocidade

Mas porque estou aqui?

Fazendo reflexões com meu reflexo

Ser humano é muito complexo

Estamos sempre à procura de algo

Que não sabemos o que é

A matéria nos confunde

Corrompe a nossa essência

Que é divina... Pode acreditar.

Apesar das barbaridades

Que costumamos praticar.

Precisamos evoluir

Mas... Porque isso não acontece?

É o nosso lado selvagem

Que ainda prevalece

Ganancia, inveja, cobiça,

Orgulho, vaidade, preguiça.

São apenas alguns dos obstáculos

Que devoram nossa “carne”

Com seus viscosos tentáculos

Por que... Por que... Por quê?

As perguntas vão continuar

As respostas podem não chegar

São sempre nossas as responsabilidades

Escolhemos “céus” ou “infernos”

E não podemos fugir das consequências

Porque temos tempo... Muito tempo...

Somos eternos...

Pedro Martins

17/01/2013