Amanhecer em ti bem junto a ti
quando as aves despertam o caminho
pousadas no calor das oliveiras
Ter-te em meus braços como a flor o fruto
deixar meu sangue esvoaçar nas dunas
do anseio receio do teu corpo
Discreto como a urze o rosmaninho
o teu silêncio flui à superfície
dos olhos e dos seios devagar
Deitar-te sobre um chão de espigas louras
e confundir com o grito das sementes
os teus lábios mordidos sem perfil
Amo-te tanto meu amor e tanto
que não saber onde começa a morte
é repousar nas mãos da tua vida
De Amada Vida
António Salvado
© Todos os direitos reservados
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