Ah! cousa triste é o sepultar a amada,
Encerrar na alma o que o coração anseia,
uma angústia voluptuosa que permeia,
A atormentada alma que a escuridão tateia,
Numa busca vã pela sepultada.
Ao contemplar o féretro baixar no húmus
Tua própria carne ali depositada,
Na derradeira e pétrea morada,
A terra exibe a boca escancarada
Na avidez sórdida de recolher insumos.
Ah! Ferrenha e inumana luta
O corpo vivo, que reluta,
O impulso insano de deitar-me junto.
a alma preferindo a outra ausente,
E antes, juntos, decomporem-se lentamente,
Que dar adeus ao amor defunto.
(BRUNO –28 JUN 07)
BRUNO
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