Eu nem te conheço,
Mas me obedeça.
Vá a Guerra , arrisque a cabeça.
Eu não vou á batalha,
Tenho medo de avião.
Eu sou só um canalha
Com o cú na mão.
Vá , lute,
Lute por quem não conhece,
Conquiste, faça uma prece,
Tua vida padece.
Teu sangue não molhará minha farda de alto escalão...
Você está fardado,
Você está fadado,
Fadado á escuridão.
Amanhã sequer lembro de você.
No seu velório posso chorar,
Posso, sim, lamentar – “Lamentável , que perda lastimável...”
Vão disparar tiros pro alto,
Vou correr... tenho medo que voltem de assalto.
Não me importa quem você era,
Essa é minha maneira de fazer Guerra.
Tua morte me satisfaz,
Preciso do lucro que ela traz.
Foram dois tiros,
Um na cabeça e um no coração.
Sua casa agora é o caixão
“Precisamos de mais munição”
Teu sangue não molhará minha farda,
A bala não falha nem tarda,
Não tarda nem falha.
Eu sou só um canalha
Com o cú na mão!

Luiz Fernando Parreiras Da Silva
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