DéJà VU do amor.

sobe a onda

a maré

subiu sem pé

 

sabe o vento,

poderia saber

de você

 

ele não sabe

pouco se entende do amor

sobe uma dor

se desce não sabemos,

somente sofremos

 

se é verde,

 ou amarelo

causa dores,

mais que um singelo jarro de flores,

e criam amores.

 

-vem cá 

-buscar o que é seu, leito meu.

furacão.

arranca do peito o coração

 

ninguém pega os sinais

desiguais

só nas águas do mar

marés ele pode causar

 

desesperos suspensos

por ser um ser denso,

por tudo que é vil

acreditem.

ninguém viu

 

nem indagou

quando o poeta falou

muitos não entenderam

mesmo lendo

não leram

 

a emoção,

foi pior que o pobre coração

não criou nenhuma canção

 

de nina, ou niná

ensina -me a rimar

pois sem ela não sei falar

 

sou mudo

sei nada, de tudo

 

minha timidez

escudo da alma gêmea

corajosa, aguçada,

mas platônica 

calada sinfônica 

 

sem a voz, nem o clima

refuto,

e luto do lado de cima

 

-viola!

-de cá miha esmola

pra eu  cantar e andar

meu sapato não tem mais sola,

 

acorda!!

violão  sem corda,

parceiro irmão!!

travesseiro no chão

pegue a minha mão

 

 

sou grande e pequeno

posso crescer

como pode ser

à mercê de risos

a beira da estrada

uma banal gargalhada,

 

do meu mal

assim foi

e se foi

sem voltar

pra cá

 

foi lá.

à fogueira clarear,

que um dia

o sol beilou o mar.

e eu não pude me apaixonar.