Apelo ignoto
(A morte)
Na vala consenti teu lar oculto
Sob um cipreste triste e funéreo
Enlaçado de sombra e de luto...
Lugar tão puro,cheio de mistério
Tem o rumor do beijo virginal
E a quiméra do sono etéreo.
( Eu )
Nêste escuso berço sepulcral
O tempo dormitando já isento
Não passa...continua lacrimal!
(A morte)
Pobre carregador do sofrimento
Como o caçador sangue derrama
Tua alma entorna vão lamento.
( Eu )
Passarei frio como quem não ama
Sendo logo cal nessas terras turvas
E começarei onde fim se chama.
(A morte)
Nascer na alma sentes amargura;
Nos olhos teus crescer vejo abismos
Padecendo do peito a ternura...
( Eu )
Restando a lacuna do mutismo
E cair minha alma sem festim
Oh,deixa-me sonhar horas que cismo!
(A morte)
Oh! Teu último sono não tem fim...
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