Fosse eu, menos que nada,
seria ainda alguma coisa, comparada
a tão pouco, perto do que realmente sou
Sendo agora, então, menos que o resto
Não sei pra que vim, ou ao que me presto,
Tão pouco diviso, o que de mim restou.
Fosse eu menor , e com menos relevância,
Teria contudo, alguma importância,
Face, o que importa, do que realmente tenho.
É bastante ver o quão pouco sobra
Do tanto feito, com que se fez a obra
Em que ora desvelo com tanto empenho
e, se de fato, o feito, a tão duras penas,
resumiu-se tudo, a isto, apenas,
E de todo o feito, nada mais sobrou
Fosse eu então, menos que nada,
seria ainda alguma coisa comparada,
a tão pouco, perto do que realmente sou
BRUNO
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