TEU BEIJO TEU BEIJO TEU BEIJ ...

TEU BEIJO  TEU BEIJO  TEU BEIJ ...

Para o destinatário ler um dia, quem sabe:

Nada politicamente correto
sonho com seu hálito de cigarro o tempo inteiro
com seu suor de metais pesados
fiquei adepta desse uso da saliva nitrosamínica
quando seus dedos benzopirenos tocaram meu rosto
Foi mais ou menos assim:
abri minha boca pra sua arsênica língua
lambi do teu nariz até tua traqueia cancerígena
ai, que tesão, foi fogo e fumaça
que entrou na minha circulação
fumo passivo e dedos ativos
incendiando a minha flor
Diga-me agora o que eu faço,
pra te ascender depois do nosso sarro?
Aquela esfregação - tragação, nem perguntei
qual a marca do maço que cheira na sua roupa?


Entre mim e o leitor:

E a noite terminou com fragrância de nicotina
pior é que ainda desejo aquela saliva viscosa
e ver mais um cigarro escorrendo ao lado, naquela boca (sexy)
Uma hora, a noite ficou no toco
e precisei ir lavar os meus monóxidos de cabelo
Agora passarei o mês distraída, sorrindo à toa
só flutuando naquelas nuvens poluentes
Eu sei , eu sei ... Isso foi tão deselegante!
Dizer que não há nada mais ofegante
do que lembrar de um beijo de cigarro um poema inteiro...
É essa dúvida sobre beijá-lo de novo, sabe?
Ela faz mal pra minha saúde!

 

Obgd por me ler! Boa semana!
Elisa Gasparini
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