Amanhece
O Sol ressurge como uma profecia
O calor é intenso
Ondas do mar engolem audaciosos surfistas
A tonalidade da água é azul, verde, cinza...
Um barco se perde no horizonte
Infinito céu azul
Nuvens mudam de forma constantemente
Pássaros em bando voam sem destino
Margaridas bailam com a sinfonia da brisa
Mãos abençoadas cultivam plantas
E a fotossíntese acontece na alma do vegetal.
Tudo é fenomenal!
Folhas secas no chão - outono?
Velhas árvores floridas enfeitam a pequena cidade
Uma realidade.
A tarde chega
Chuva fina
Borboletas, beija-flores, andorinhas...
Tudo é uma verdadeira essência de cheiro, cor, som, forma e sabor.
Anoitece
A Lua ilumina o silêncio dos recantos
Estrelas brilham como vaga-lumes
Sereno
A natureza existe
É vida a todo instante.
Amanhece
O Sol nem aparece
Gases tóxicos
Nuvens negras no ar
Máscaras de oxigênio, respiração difícil
Um spray é acionado, degradando a camada de ozônio
Motosserra, árvores tombadas
Desequilíbrio ecológico
Agrotóxicos
Alimentos envenenados.
Tudo é cruel!
Caos, Catástrofe
Outra realidade
Lamentável realidade.
Índios sem terra
Uma mancha de óleo polui o oceano
Espécies marinhas são extintas
Acidente com o césio, mortes, seqüelas.
Descaso do homem com a vida
Destruição e morte no cotidiano
É tempo de refletir, de agir
É tempo de salvar o homem,
A vida,
A natureza,
O mundo.
A autora Alexandra da Costa Figueira participou do 2º concurso de Poesia, organizado e comandado pelo Mutirão Ecológico de Maricá, cujo responsável pelo evento foi o professor de artes marciais Davi Vagner. O concurso foi realizado no ano de 1993 em comemoração ao dia do meio ambiente. A autora da respectiva poesia foi premiada e classificada em 3º lugar. A poesia "As Duas Realidades" foi pelo menos declamada em público por três vezes em momentos distintos. Foram mais de 300 participantes na época. A seleção das poesias foi realizada em praça pública no dia 14 de agosto do ano de 1993. O prêmio da Alexandra foi um circulador de ar.Na cidade de Maric
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