FOTO ANTIGA.
Num vago instante,
chorei
Sob uma foto antiga,
num papel amarelado
de imagens fixas.
Da família, ou da amiga,
ou apenas de um garoto
Num vago distante,
chorei.
Vi lembranças
de um rosto calado.
São heranças,
de um certo instante.
de um passado distante.
Num vago ofegante,
Chorei.
No papel ficou,
e ali debruçou:
As imagens desbotadas,
de cenários e de gente:
Intimidadas, assustadas.
De um tempo ausente.
Que já foi presente.
Num vago consciente,
Chorei.
Eram só recordações,
de acontecimentos,
de datas e momentos.
De antigos amores,
com constrangimentos.
Das presença da ausência.
ficaram só os pigmentos...
Num vago desconcertante,
chorei.
Ao ver, um olhar triste,
solto no ar.
Outro cheio de medo e dor,
Alguns com sorrisos puros,
Cintilantes, sem sofrimentos.
Recheados de amor
e repleto de sonhos.
Num vago rompante
Chorei
O tempo parou na imagem.
De posturas que atestam rigidez.
Eternizou um momento
que parece uma clonagem.
Ou de um sentimento
que traduz certa acidez.
Num vago hesitante
Chorei
Seja como for:
São apenas enredos,
prelúdios, vestígios,
dos segredos ou mistérios
destes flagrantes
de antigos semblantes.
Madalena.
Novembro 2011.
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