Procuro-me

Não sei onde estou,

Inútil perguntar,

Em vão me chamo,

Será que fui com o tempo que passou,

Ou quem sabe estou no pranto que derramo?

 

Estarei a bailar

Nas ondas do mar?

Na nuvem branca que flutua?

Nas poças de lama da rua?

Na poesia?

Na chuva fria?

Na prostituta barata da esquina

Com alma de menina?

Quem sabe,

No cais?

Ou talvez 

Eu nem exista mais...

 

Nair Damasceno
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