SAUDADE
A mágoa que nos vem nessa aliança
Que tem com um sorriso que é de afecto,
A dor que não ferindo como lança
Contudo é uma dor de igual trajecto,
A ânsia de acolher em nosso tecto
Ou ter perto de nós, por vizinhança,
Aquele que no seu modo discreto
Nos ganhou amizade e confiança,
A lágrima rolando por quem foi
Ausência que nos fere, que nos dói
Que a morte tão de angústia nos invade,
Da alma são a sede e são a fome,
A que convencionámos dar o nome
Tão triste, e tão bonito, de SAUDADE!
Joaquim Sustelo
Joaquim M. A. Sustelo
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