Matemos os poetas que em vão divagam
Procuram vagos versos sem sentido ou nexo
E buscam, sem vergonha, mãos que nunca afagam
Estrofes, versos livres, sonetos complexos

Assassinemos todos que ficam aí pairando
Nos ares do Olimpo onde as musas cantam
E saem pelo mundo, cantando e ufanando
Sobre a inspiração, que cantos se alevantam

Risquemos deste livro o poetar sem graça
Sem pejo, sem bandeira, sem vontade ou brio
Sem musicar ardente, sentimento ou raça

Exterminemos, sim, sem medo e a sangue frio
Os versos sem sentidos que o poeta traça
- Depositemos todos no fundo do rio!

© Fernando Tanajura
 

Fernando Tanajura
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