UM AMANHÃ PARA NÓS DOIS

   
 
Contemplo o agora, caso
Não haja um amanhã para mim,
Sobrevivo este tempo de hoje,
Em que os fantasmas me cercam...
E de dentro da profundeza d’alma,
Sou açoitado por uma esquecida paixão!
 
Às vezes me pego distraído,
Olhando para o além que não conheço,
Tão cheio de medos e verdades...
Verdade que não quero aceitar.
 
Contemplo o agora em solidão,
Esperando o amanhã que não
Poderei contemplar com um olhar
Que um dia imaginei ser feliz...
Os demônios que me atormentam,
Eu os zombo dia após dia...
 
Às vezes me pego em pensamentos,
Contrários a realidade que me cerca...
De onde vêm os sonhos?
Como surgem os medos?
 
Esta solitária solidão de agora,
Que me afunda nas paixões
Que um dia encontrei no teu peito,
Hoje me faz submergi aos poucos...
 
Esta solitária solidão...
De onde vêm os sentimentos?
De onde vem a desilusão,
Ó solitária solidão dos dias de agora?
 

Jairoberto Costa
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