Correnteza do Amor

Viajando pelo leito do rio, a mercê o meu desejo
Na correnteza das águas, desaguado em mares
Em vestes de sonhos o amor, em noites de lampejo
A liberdade do tempo, brilhando as suas cores

No sossego da sombra, a solidão de um bocejo
Versos ofertados, perfumados como as flores
Fantasias escravas figuram a ilusão do teu beijo
Quando os olhos cerrados, choram as suas dores

Na ambição das linhas, deste soneto que a rima
Entoa a poesia de um coração em vanguarda
Da esperança do dia, em que a paixão é o clima

Da estação desta vida, do amanhã que se imagina
A primavera que termina o sonho da madrugada
Transformando a ilusão no real que me ilumina

 

Murilo Celani Servo
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